Em tempos de instabilidade econômica e competição global acirrada, o protecionismo volta a ocupar o centro dos debates econômicos e políticos. Trata-se da prática em que governos impõem barreiras — como tarifas de importação, subsídios e cotas — para proteger suas indústrias nacionais da concorrência estrangeira. À primeira vista, a medida parece sensata: preservar empregos, fomentar o crescimento interno e evitar a dependência de mercados externos. Mas os efeitos nem sempre são tão positivos quanto parecem.O protecionismo tem raízes antigas, mas ganhou força nos séculos XIX e XX, quando nações buscavam desenvolver suas estruturas industriais. Hoje, no entanto, em uma economia globalizada, as consequências dessa política podem ser mais complexas. Ao proteger empresas locais de concorrência internacional, corre-se o risco de desestimular a inovação, encarecer produtos e sobrecarregar o consumidor, que paga mais caro por itens que poderiam ser mais íveis.Além disso, barreiras comerciais frequentemente geram retaliações. Um país que aumenta tarifas sobre produtos estrangeiros pode ver suas exportações enfrentando obstáculos semelhantes no exterior. O resultado: prejuízo para setores exportadores e distanciamento de parcerias estratégicas.Isso não significa que todo e qualquer protecionismo seja negativo. Em contextos específicos — como o de setores emergentes, ainda frágeis, ou em momentos de crise — algum grau de proteção pode ser justificado. O desafio está em encontrar o equilíbrio: promover a competitividade interna sem fechar as portas para o mundo.Num cenário de transformações rápidas, com cadeias produtivas interconectadas e consumidores cada vez mais exigentes, o Brasil e outras economias em desenvolvimento precisam avaliar com cuidado suas políticas comerciais. Proteger o que é nacional é importante, mas não se pode esquecer que a competitividade, a eficiência e a liberdade de escolha também são fundamentos de uma economia saudável. 403p3t
por Leandro Henrique